11 de novembro de 2015

Sétimo encontro – uma estrada com sete cores

Sétimo encontro – uma estrada com sete cores

Técnica aplicada: Construção de caixa self box
Objetivo: Trazer boas lembranças da infância (emocional) e fortalecer a memória (cognitivo). Fomentar a socialização e desenvolver a coordenação motora (físico).
Material: teclado, aparelho de som e CD, caixas, recortes de palavras e imagens, cola, pequenos brinquedos, massinha.
Descrição: Após canto e audição de música, confecção de caixa com recortes e objetos – caixa Self Box.
Comentário: Valorização de experiências pessoais e suporte para compartilhar sentimentos e emoções durante as vivências.



Algumas idosas não estavam na casa: Senhora Marrom e Dona Violeta. Laranja estava de volta ao Hotel Geriátrico, mas no quarto. Na mesa haviam muitas revistas na qual os idosos estavam folheando com satisfação.
Desta vez um teclado havia sido trazido para a oficina. Os olhares para o instrumento foram instigantes.
A música tocada foi logo identificada por todos com felicidade: Atirei o pau no gato! Todos cantaram. A música foi tocada várias vezes variando os tons e os instrumentos do teclado (recurso de um dos botões do aparelho). Eles adoraram.
Então uma história em versos foi lida: história de um gato xadrez. Uma música tocou em seguida com o objetivo de relembrar momentos bons da infância.
A música “Jesus alegria dos homens” emocionou Senhora Vermelha e Rosa.

A proposta plástica do dia era a confecção da caixa - Self Box: uma caixa onde seriam colocadas recordações do tempo de criança. Esta caixa é como um pequeno baú de tesouro, o nosso tesouro de criança.
A música continuou tocando, agora com sons da natureza, passarinhos. Uma caixinha com vários brinquedinhos foi oferecida para que cada um escolhesse algo que lembrasse a infância, o tempo de criança. A caixa passou lentamente de mão em mão. Senhora Laranja veio do quarto e escolheu um aviãozinho. Rosa escolheu uma bonequinha. Dona Violeta pegou uma bonequinha também. Dona Branca, rapidamente e sem hesitar, escolheu uma bonequinha. Senhora Vermelha pediu para outra pessoa escolher para ela.
- Vou demorar muito para escolher - disse Senhora Vermelha.
Ela escolheu um aviãozinho e começou a fazer barulho com a boca e com as mãos como se o avião estivesse voando. Dona Verde que estava ao lado também escolheu o aviãozinho. Verde Claro, a última da mesa, escolheu uma bonequinha.


A musica havia trocado de faixa e agora começava a tocar uma música com flauta do som dos Andes, uma música para meditação. Neste momento o senhor Preto que nunca participou das atividades, mas que fica sentado ao canto da varanda, parece que começou a se sentir incomodado e começou a falar alto coisas sem sentido. Depois começou a falar que já estava bom, que podíamos ir embora.
– Vão para suas casas. (foi o que deu para entender)
Partiu-se a escolha de recorte de palavras ligadas a infância, para colocar nesta caixinha. Imagens também podia ser escolhidas.
Laranja levantou-se e se retirou da sala. Rosa manifestou vontade também de ir embora e uma cuidadora a impediu. (a cuidadora ameaçou Rosa com gestos como se falasse em bater nela!) Rosa deitou-se no sofá e se encolheu.
As outras idosas lentamente foram escolhendo as palavras. Dona Verde com bastante entusiasmo foi escolhendo e colando na caixa Dona Violeta quis colar as palavras do lado de fora da caixa. Verde Claro, depois de insistência, acabou escolhendo a palavra festa e escolheu a imagem de pessoas sentadas, pessoas num bar. Senhora Vermelha, colou no fundo da caixa suas imagens e virou a caixa para si como se fosse uma casinha. Levantava a tampa da caixa e pousava lá dentro seu aviãozinho.





A música havia trocado de faixa, agora tocava uma música de nome Rejuvenecer do “ML MUSICOTERAPIA LUZ”. Neste momento o sr Preto ficou agitadissimo. Saiu da varanda, e continuou falando:
– Já esta bom, vão embora.
Nenhum outro participante se incomodou com a música. Estavam envolvidos na proposta de construção da caixinha.
Foi oferecida massinha para que modelassem o que se quisesse para colocar em sua caixinha. A sugestão era que modelassem brinquedos de criança. A conversa foi sobre o que brincavam quando eram crianças... e as respostas foram surgindo: bola, bambolê, pular corda. Dona Branca participou bastante na fala, mas não conseguiu fazer a modelagem. Queria fazer uma corda para pular. Falei a ela para esticar a massinha com os dedos. Rosa, que estava deitada levantou-se, mas negou-se a fazer. Uma garotinha (visitante) que estava na varanda olhava tudo e pediu para ajudar e fez uma peteca para Rosa. Fez para Rosa, depois fez para Dona Verde. Dona Violeta amassava cuidadosamente sua massinha.


Dona Verde ria de sua caixa. Verde Claro apenas abriu uma massinha. Colocamos as confecções na caixinha. Foi solicitado que olhassem para sua caixinha de recordações de criança.
A música “Atirei o pau no gato” foi tocada no teclado novamente. O sr Preto estava neste momento sentado à mesa perto do teclado. Talvez havia se aproximado quando a música do CD terminou. Ao início da música o sr Preto começou a cantar. Quando terminei a música ele bateu palmas e agradeceu! Ficou ali por mais um tempo ao nosso lado. Então resolvi tocar novamente, e cantamos.
Os olhos da garotinha estavam fixos no teclado. Ofereceu-se para ela experimentar as teclas, e ela apertou algumas. Oferece-se também para todos os participantes apertarem as teclas. Fui muito interessante. Senhora Vermelha negou-se mas depois achou muito bom. Tocou várias vezes. Dona Violeta experimentou como se já houvesse tocado antes.


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