22 de abril de 2019

ARTETERAPIA COM ADULTOS NO ATELIE DA IMAGEM

Faz parte de nossa metodologia
... o não julgamento
... a construção da confiança
... o não apontar respostas




Cada um tem um processo de criação particular e as diferenças são sempre respeitadas.
O objetivo não é a estética das produções, mas a recuperação da possibilidade de cada um criar livremente para, através dos símbolos que vão surgindo pouco a pouco, mapear suas limitações e ativar seus núcleos sadios, fortalecendo assim o seu processo de individuação ou seja, a apropriação de si-mesmo.

Annie Rottenstein
https://www.amart.com.br/o-que-e-arteterapia-1


O POTE RACHADO

Um carregador de água na Índia levava dois potes grandes, ambos pendurados em cada ponta de uma vara a qual ele carregava atravessada em seu pescoço. Um dos potes tinha uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava cheio de água no fim da longa jornada entre o poço e a casa do chefe. O pote rachado chegava apenas pela metade.
Foi assim por anos, diariamente, o carregador entregando um pote e meio de água na casa de seu chefe. Claro, o pote perfeito estava orgulhoso de suas realizações. Porém, o pote rachado estava envergonhado de sua imperfeição, e sentindo-se miserável por ser capaz de realizar apenas a metade do que havia sido designado a fazer.
Após perceber que por anos havia sido uma falha amarga, o pote falou para o homem um dia, à beira do poço:
- Estou envergonhado, quero pedir-lhe desculpas.
- Por quê? perguntou o homem. - De que você está envergonhado?
- Nesses anos eu fui capaz de entregar apenas metade da minha carga, porque essa rachadura no meu lado faz com que a água vaze por todo o caminho da casa de seu senhor. Por causa do meu defeito, você tem que fazer todo esse trabalho, e não ganha o salário completo dos seus esforços, disse o pote.
O homem ficou triste pela situação do velho pote, e com compaixão falou:
- Quando retornarmos para a casa do meu senhor, quero que percebas as flores ao longo do caminho.
De fato, à medida que eles subiam a montanha, o velho pote rachado notou flores selvagens ao lado do caminho, e isto lhe deu ânimo. Mas ao fim da estrada, o pote ainda se sentia mal porque tinha vazado a metade, e de novo pediu desculpas ao homem por sua falha.
Então, disse o homem ao pote:
- Você notou que pelo caminho só havia flores no seu lado do caminho??? Notou ainda que a cada dia, enquanto voltávamos do poço, você as regava??? Por dois anos eu pude colher flores para ornamentar a mesa do meu senhor. Sem você ser do jeito que você é, ele não poderia ter essa beleza para dar graça à sua casa.
Autor desconhecido





O VASO, a cuia ou a panela são representações mais primitivas do FEMININO PRIMORDIAL, que em termos psicológicos fazem alusão ao nosso mundo interno, local onde as “sementes-símbolos” podem ser recebidas, germinadas e transformadas em alimento para o desenvolvimento da consciência (BERNARDO, 1999). No início de nossas vidas, é a mãe quem acolhe e significa o que a criança vivencia emocionalmente, ensinando aos poucos esse caminho a ela, através do relacionamento mãe-bebê.
O contato com a argila proporciona o estreitamento de laços com a sabedoria de nossa psique, com solo arquetípico de onde a nossa consciência retira o seu alimento, em forma de energia psíquica, para a sua constituição e ampliação. Tornamo-nos aptos a acolher as sementes do novo em nossa realidade quando nos conectamos conscientemente com essa dimensão mais primitiva e profunda do nosso ser.

Retirado do livro
A pratica da Arteterapia – Patrícia Pinna Bernardo