As culturas locais não vão desaparecer com a
globalização do mercado cultural, porque também é do interesse econômico dos grandes
grupos de comunicação, do turismo e de promotores de eventos midiáticos a venda
de produtos culturais diferenciados. Esse interesse é que faz a
espetacularização das manifestações culturais populares no mundo globalizado.
Não se pode negar a existência de uma cultura global que só é global porque não existe uniformidade cultural. A globalização só tem sentido se existir a diversidade e não a homogeneização cultural. É nesse contexto contemporâneo que as culturas populares, estão sendo reinventadas, num jogo de negociação dialético entre o local e o global. A televisão impulsiona essa outra forma do fazer cultural, mas as astúcias, os consentimentos estão nas intenções mediadas, nos desejos, nos processos de negociação dos constituintes das diferentes escalas geográficas e em tempos variados, em qualquer lugar do mundo globalizado
MUNDO
DO ESPETÁCULO
Estamos
vivendo no mundo em que quase tudo se torna espetáculo.
Vivemos
numa sociedade midiatizada onde as culturas populares são atrativos para o
exibicionismo televisivo, onde quase todos os acontecimentos da vida cotidiana
poderão transformar-se em espetáculos midiáticos, desde um acidente trágico --
mesmo que só envolva pessoas anônimas das quais vai depender a sua
proporcionalidade -- a um casamento, ou funeral de celebridades e, sem dúvida
alguma, das festas populares.
A
sociedade humana no mundo globalizado é inserida nos processos midiáticos. São
momentos de grandes celebrações desde as campanhas eleitorais, competições
desportivas, concentrações religiosas, ritos de passagem (quando envolvem
celebridades) ou acontecimentos que estão fora do ordinário da vida cotidiana e
entre esses acontecimentos estão as festas profanas e religiosas. (Texto de Osvaldo Meira Trigueiro)
ESPETACULARIZAÇÃO
DA CULTURA
As
espetacularizações das culturas populares sempre fizeram e continuarão fazendo
parte dos desejos de brincar das classes populares nos espaços públicos das
ruas.
Hoje em dia a classe média consome mais
os produtos da cultura popular, a exemplo dos artefatos de decoração, nas
festas populares, no consumo de produtos naturais e a crescente preferência por
restaurantes de comidas regionais.
As
empresas que promovem entretenimento e turismo têm suas localizações cada vez
mais abstratas, ou seja, são empresas que já não pertencem a um território.
Mas, os produtores culturais populares locais continuam enraizados no seu chão,
no seu lugar, porém sem perder de vista o mundo de fora, visibilizado pela
mídia.
Produtos folkmidiáticos
As manifestações
populares (festas, danças, culinária, arte, artesanato, etc) já não pertencem
apenas aos seus protagonistas. As culturas tradicionais no mundo globalizado
são também do interesse dos grupos midiáticos, de turismo, de entretenimento,
das empresas de bebidas, de comidas e de tantas outras organizações socais,
culturais e econômicas. Estas
transformam-se em produtos culturais folkmidiáticos (apropriação da
cultura popular pelas mídias).
Identidade Cultural
Nossa identidade
cultural é construída a partir de nossa convivência com o outro. Coisas como
nossa linguagem,
nossa maneira
de agir em uma situação, o que comemos,
como nos vestimos e até mesmo como nos
vemos, estão diretamente ligadas à nossa formação
cultural.
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